5 formas de negociar no forex.
Se não é um investidor profissional mantenha-se afastado. Para quem já conhece este mercado, deixamos algumas dicas sobre como negociar no forex.
Para negociar, tem de escolher uma corretora forex, de preferência na Europa, onde existem mecanismos de defesa dos investidores.
É no forex, ou mercado internacional de divisas, que se transacionam todas as moedas do mundo. Movimenta por dia mais do que todos os mercados de títulos (ações e obrigações) juntos.
Diariamente, bancos centrais e privados, multinacionais, fundos de investimento e corretoras negoceiam divisas. São os maiores players do mercado forex.
Nos últimos anos, porém, os investidores privados e especuladores começaram a investir cada vez mais no forex. Sobretudo depois do lançamento da plataforma Meta Trader, que tornou o processo mais simples e compreensível, e contribuiu para o aparecimento de centenas de operadoras online.
Se não é um investidor profissional e se não está assumidamente a especular, mantenha-se afastado do mercado forex.
Se já tem alguma experiência neste tipo de investimentos e quer tirar maior partido deles, explicamos-lhe as 5 formas de negociar no forex.
1- Por sua conta e risco.
Dificilmente ganhará dinheiro depois de fazer um curso de negociação no forex em apenas um fim de semana. É um mercado complexo que precisa de ser bem estudado.
Exige persistência, vontade e dedicação. Uma forma de ganhar experiência é treinar numa conta de demonstração grátis disponibilizada por muitas corretoras.
Para negociar, tem de escolher uma corretora forex, de preferência na Europa, onde existem mecanismos de defesa dos investidores. Isso não significa que não possa usar uma corretora sediada num paraíso fiscal, mas algumas são fraudulentas.
Vantagens: Decide as ordens de negociação como bem entende. Desvantagens: Se não é um trader com experiência, arrisca-se a perder muito dinheiro. O nosso conselho: Antes de escolher uma corretora, verifique se está registada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ou noutra entidade supervisora estrangeira. As corretoras de confiança contêm o número de registo e de licença, informações de contacto e, de preferência, os termos e condições. Observe também os dados bancários do site de trading. A informação que encontra em fóruns ou sites, que comparam corretoras, nem sempre é fiável. Muitas vezes, têm interesses financeiros por trás. Esteja atento aos alertas da CMVM sobre as entidades não-autorizadas a desenvolver qualquer atividade de intermediação financeira. Preste também atenção às corretoras que dão consultoria. Esta não é a sua função. Estão proibidas de dar sugestões de investimento ou garantir lucros. Desconfie. As corretoras servem apenas para executar ordens de mercado. As boas e sérias fornecem uma lista de preços e estatísticas das ordens executadas. Por último, nunca invista dinheiro emprestado (atenção à alavancagem) ou de que não possa abdicar.
2- Faça você mesmo mas use sinais.
A maioria dos investidores não tem tempo, nem disciplina para acompanhar a evolução do mercado. É, no entanto, possível negociar com a ajuda de sinais, que mais não são do que recomendações.
Basta pesquisar no Google “sinais forex” ou “alertas forex” e encontrará centenas de fornecedores. Alguns são gratuitos, mas a maioria custa entre 100 e 300 euros por mês.
Após subscrever o serviço, os sinais são comunicados através da internet, enviados para o seu telefone, e-mail ou WhatsApp. Sempre em inglês. Alguns têm de ser inseridos manualmente, outros funcionam de forma automática na conta. Apenas tem de deixar a plataforma aberta para o sistema copiar para a sua conta todas as operações que o sinal emite.
Vantagens: Funcionam e estão vigilantes 24 horas por dia; Podem ser usados em qualquer corretora; Permitem o acesso a estatísticas sobre os sinais que estão na conta; Permitem configurar o valor das entradas e das perdas máximas. Desvantagens: Há muitos fornecedores de sinais não credíveis; Não conseguem antecipar a evolução do mercado com exatidão. O nosso conselho: Testámos durante dois meses uma dezena de sinais para saber se valia a pena subscrever o serviço. Três quartos revelaram ser exatos, enquanto os restantes mostraram ser tão fiáveis como atirar uma moeda ao ar. Ficámos surpreendidos com o vaivém infindável de sinais, bem como com a quantidade de fornecedores bons e maus. Os bons foram úteis em três quartos das negociações.
3- Recorra a um robô.
A terceira opção consiste em comprar ou alugar um robô que negoceie por si. A plataforma MetaTrader, por exemplo, tem centenas à escolha, desenhados por especialistas, uns mais famosos do que outros, que pode escolher consoante a estratégia que pretende seguir, seja principiante ou profissional.
Na prática, o robô mais não é do que um programa que transaciona no mercado, seguindo uma estratégia que se pode basear em análise técnica, na atualidade económica, sobre os movimentos do mercado, entre outros. O custo varia entre nada e vários milhares de euros. A maioria cobra entre 100 e 300 euros.
Vantagens: Operam de forma autónoma, 24 horas por dia, o que significa mais oportunidades de negociar; Registam o histórico de todas as ordens. Pode consultá-las e estudá-las em qualquer momento; Não têm emoções. Por isso, são disciplinados, não hesitam nem têm medo de negociar quando o mercado está instável; Determinam os valores de stop loss e não os alteram. Ao contrário, muitos investidores deixam a operação aberta na esperança de que o preço reverta, acabando por perder ainda mais dinheiro. Desvantagens: É preciso separar o trigo do joio, ou seja, escolher bem o tipo de robô. Alguns não funcionam bem. O nosso conselho: Após testarmos uma dezena de robôs apreciados por um grande número de utilizadores, durante alguns meses, concluímos que havia apenas dois que funcionavam bem (Battlefield V2 e Thunder Bird V8). Três obtiveram resultados ligeiramente inferiores à média e alguns avariaram. No entanto, seriam necessários testes muito mais prolongados antes de podermos recomendar quaisquer robôs, dado que a maioria dos estudos sugere que o bom desempenho não resiste a longo prazo.
4- Siga a estratégia de outra pessoa.
Porquê aventurar-se sozinho no mercado de divisas se há pessoas mais competentes e pode copiar as ordens delas? Chama-se a isso copytrade. Como funciona? Subscreve uma plataforma de sinais copytrade e segue as estratégias dos profissionais selecionados. Cada vez que é dada uma ordem, é enviado um sinal que automaticamente executa a mesma transação na sua conta. Custa entre 20 e vários milhares de euros por mês.
Vantagens: Mesmo sem qualquer experiência em negociação, pode lucrar copiando as ordens de operadores profissionais, desde que credíveis e eficazes. Desvantagens: É preciso encontrar um copytrader digno de confiança e experiente. Mesmo que o encontre, os ganhos do passado não são garantia de ganhos futuros; Um copytrader não se preocupa com o montante que o investidor tem na conta, ou se este quer assumir mais ou menos risco. O nosso conselho: O sistema está ao alcance de todos e é fácil de implementar. A dificuldade é escolher. Para saber se está perante um bom ou mau copytrader, esteja atento aos resultados das suas negociações. Isso permite ver o que ganharam e perderam, em quantas transações foram bem ou mal sucedidos, e qual a perda máxima em cada. Contudo, não é porque um profissional fez um bom trabalho ou correu poucos riscos no passado que será bem sucedido no futuro. Não faltam testemunhos de investidores, que foram abandonados de repente por bons copytraders, ou que derraparam e assumiram demasiados riscos, derretendo os ganhos.
5- Confia a conta a um terceiro.
Esta opção consiste em contratar um profissional que negoceia em seu nome, confiando-lhe os dados pessoais de acesso à plataforma. Na prática, está a delegar a negociação a uma terceira pessoa, que atua de acordo com o seu perfil. Escusado será dizer que a gestão do risco é, nesta opção, essencial. O serviço, como imagina, não é gratuito. Em regra, o gestor pede um terço do que ganhar por semana. Mas há quem cobre metade.
Vantagens: Um bom gestor fará tudo para que ganhe, gerindo a conta de forma prudente. Ambos saem beneficiados. Desvantagens: É preciso descobrir um bom profissional, e de confiança, que não corra riscos desnecessários ou contra a sua vontade. Isso requer tempo e a pesquisa de informações. Ainda que encontre, não há garantia de ser bem sucedido. O nosso conselho: A confiança é o elemento-chave desta forma de negociar no mercado de divisas. O desejável é que gestor possa fazer tudo ou quase tudo, menos tirar dinheiro da conta. O ideal é que os dois saiam a ganhar, ainda que tenha de abdicar de até metade dos lucros. O pior é se lhe sai na rifa um gestor pouco escrupuloso, que aposta com o dinheiro dos outros e, por isso, pode arriscar demasiado. Neste caso, o seu dinheiro pode esfumar-se. A menos que tenha uma fonte fiável que lhe garanta que aquele gestor é confiável para negociar em seu nome, achamos que é demasiado arriscado depositar numa terceira pessoa essa tarefa. Não faltam por aí especuladores que o tentarão seduzir com promessas baseadas em ganhos obtidos no passado.
Texto de Myriam Gaspar e Filipa Rendo Dossiê técnico: André Gouveia.
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